quinta-feira, 30 de março de 2017

RAZÃO E SENSIBILIDADE

"Eu patino por amor, ensino sem cobrar nada por isso" 

Uma expressão infinitamente repetida por todo o âmbito da patinação. É como se quem recebe monetariamente por serviço, venda ou troca, competição é algum tipo de sanguessuga, vil carrapato da pureza do esporte.

Ayrton Senna, um dos maiores heróis nacionais, representante fiel da força brasileira, integridade, dedicação e habilidade, este que tantas vezes subiu ao pódio internacional recebia por seu talento. Recebia da Escuderia que representava, recebia dos patrocinadores que o afiançavam (e vice-versa), recebia pelas matérias e publicações a seu respeito, etc... 

Pode-se chamar de prostituição, mesquinharia, avareza - mas a realidade é que o esporte envolve bilhões de dólares ao redor do mundo. Negar o fato não lhe faz melhor nem mais consciente. Apenas afasta de seu esporte a possibilidade de crescer e expandir.

Quando a indústria percebe o potencial, investe em atletas, em locais para treino e apresentação. Quando se tem visibilidade, tem-se mais atenção da mídia, mais respeito da sociedade, saindo da posição de "uma atividade estranha".

Quem está lucrando com a patinação (sim, é possível ter lucro sem sufocar o esporte)sempre retorna com algo para o esporte, seja em premiações, doações e até patrocínios. O mercado aquece e gera um auto-crescimento. Dessa forma surgem também as responsabilidades, é preciso ter materiais de melhor qualidade, serviços mais atenciosos e precisos, canais específicos para o esporte... A moeda gira como a roda do patins.

Com o crescimento aquecido, os amadores vão sendo substituídos pelos profissionais. A qualificação dos instrutores passa a ser um diferencial, as marcas ganham espaço sobre os genéricos, os grupos começam a ter treinos para atletas e assim se tem competições com grande repercussão. Isso tudo advém e requer investimentos, investimentos monetários, emocionais e racionais.

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